sexta-feira, novembro 19, 2010

Meu alpendre



Hoje eu cheguei a conclusão de que minha vida, por inteira, é um alpendre...digo, a vida em si é um alpendre.

Um ambiente de pesquisas que não vale de nada se agente não arrisca e se põe a experimentar.

Como viver sem SER?

Ser aquilo que se busca, ser a própria busca. Ser uma vivência, um querer e uma felicidade. Por mais que nem tudo seja um mar de rosas, mas sem o risco, não há meios de se descobrir...sem o experimento não se pode ser a coisa.

Sempre tive muito medo de muitas coisas bobas, como: mostrar a minha mãe que já uso um fio dental, ou assumir a ela que amo, e que transo, que desejo.

Ultimamente ando me surpreendendo muito com as atitudes de minha mãe e hoje pus-me a refletir em cima disso. Meus medos, minha vida, meu alpendre....

Como deixar de correr atrás de uma coisa e passar a ser essa coisa que almejo?

Percebo agora que minha vida é experimental.

Mas que dentro dessa gama de experimentos encontro direções, digo janelas abertas, que podem ou não me conduzir à onde que tanto quero chegar. O lamento desse caminho é apenas um: nem todo mundo pensa ter uma vida experimental...aí prefere não arriscar, se isolando em 'cápsulas protetoras' ou medos, na tentativa de pintar um futuro que não chega.

É...quanto mais tento pintar meu futuro, percebo que essa pintura nunca toma forma. Sempre aparece alguém...e borra!

Esses 'alguém' que aparecem no trajeto, interrompendo o fluxo dele ou fazendo parte pode ter os mesmos anseios que eu, mesmos medos, mas não percebe que sem risco não há vida...não há trajeto...não há um ponto satisfatório que se chegue.